quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Indicação de artigo e pequenos comentários:TUBOS SONOROS: UMA ANÁLISE CRITICA DOS L IVROS DIDÁTICOS E DO SENSO COMUM." de OLIVEIRA E OLIVIERI

--> Olá macacada, blz? 
Hoje indicarei um pequeno artigo científico, mui interessante para explicar se o sax e o clarinete são instrumentos abertos ou fechados, o TUBOS SONOROS: UMA ANÁLISE CRITICA DOS LIVROS DIDÁTICOS E DO SENSO COMUM, que vocês podem acessar daqui: http://www.cienciamao.usp.br/dados/snef/_tubossonorosumaanalisecr.trabalho.pdf

O artigo ajuda nós construtores de instrumentos musicais a entender melhor o que fazemos/praticamos, e creio que ele possa ser generalizado para outros instrumentos, como as palhetas duplas e buzinas, mas, sofre um pequeno erro (o qual já cai, então, compreendo bem), que é deduzir que o tubo de pvc cilindrico, só por causa da sonoridade, é um sax. Uma pena que o artigo é de 2009, senão, alertaria os autores para possíveis correções, visto que o tubo do sax tem um ponto menor e outro maior (e logo farei uma pequena explanação quanto a tal).




quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Gavetolão - Meu primeiro cordofone reciclado


--> Salve macacada, blz? Hoje posto sobre meu Gavetolão, um cordofone feito com uma gaveta, que tem um braço que lembra de leve um violão (pausas para os risos).




"Porque fazer um gavetolão?", deve se perguntar o leitor mais tranquilo, e digo que fiz para eu mesmo tocar, gravar e fazer minhas próprias composições no futuro, sem precisar da boa vontade de alguém que toque violão apareça e toque comigo, sem falar, claro, que a maioria das pessoas são REPRODUTORES MUSICAIS, e não CRIADORES DE MUSICA, por isso, melhor eu mesmo ter o instrumento, gravar, arrumar as faixas na magia do audacyt, e eu criar a música, sem esperar ninguém com boa vontade.

Bom, explicado os motivos egoístas pelo qual fiz, explico os motivos altruístas de porque coloco essa coisa na internet, no caso, é para mostrar a possibilidade de fazer um instrumento de cordas que me custou somente R$25,00 (sim, é só isso mesmo) para todos aqueles que querem ter algo que se aproxime do violão, mas, não tem dinheiro para comprar algo :-D

Enfim, vamos à algumas explicações, para por a mão na gaveta :-)

1 - A CAIXA DE RESSONÂNCIA

Todo instrumento de corda tem de ter uma caixa onde o som será amplificado e/ou ajude o som ser redistribuído. Isso é a chamada caixa de ressonância. O som tem de ter um lugar para entrar, e, outro para sair. No caso do gavetolão, o som para entrar é o furo no meio do tampo, e o lugar de sair é ele e o próprio tampo, que vibra e amplifica o som.
As paredes da caixa de ressonância, num violão, pelo que entendi, tem de ser mais resistentes que o tampo, vibrar menos que o tampo, assim, o som é amplificado, sai mais alto. No caso, as paredes da gaveta são mais grossas que o tampo (esse é uma placa de fibra de vidro de 2mm de espessura).
Quanto ao furo na caixa, este foi feito de forma quadrada, pois, além de ser um instrumento quadrado, me foi mais fácil ir tirando lasca por lasca, testando até ver que o volume ficou bom. A abertura também tem a largura das cordas, como pretendo incluir mais 2 futuramente, estas estarão passando em cima do furo, ai vibram e a vibração entra pelo furo de boa.
O tampo não está preso com cola, mas com fita durex transparente, pois, se algo ocorrer, posso remove-lo com facilidade.

2- O BRAÇO

Esta é a parte mais complicada do instrumento, pois o braço não pode varar de fora a fora a caixa de ressonância, pois percebi que, quando isso ocorre, o volume do som fica prejudicado. Para solucionar tal, o braço foi preso na caixa de ressonância por 2 pontos, o primeiro, na própria borda, que foi cavada de forma a encaixar o braço e o pseudo-tensor, e, num segundo ponto, outra madeira, pregada nas bordas da caixa de ressonância, segura o braço, tal como no tosco-esquema de paint abaixo:





Onde há o detalhe vermelho no tosco-esquema é as cavas, o detalhe verde é o outro pedaço de madeira, onde foi pregado a ponta do braço. É possível ver na foto abaixo a madeira na cava que falei, a madeira que segura o braço, e, claro, a fita durex transparente, que segura toscamente o tampo:




Também o braço teve de ter um "tensor", pois nos primeiros testes a primeira madeira envergou feito um berimbau. O problema foi solucionado quando pus outra madeira por baixo do braço, tal como da para ver um pouco na foto abaixo. Enquanto a madeira do braço é retangular, esta é mais quadrada, e de área menor. Entendo que essas 2 madeiras juntas fazem um efeito de triangulo, o que dificulta o braço envergar.



Quanto à outra ponta do braço, onde é segurada as cordas, tive de trabalhar com parafusos 8mm com argolas nas pontas, os pus com bucha, porém, a corda ficava muito alta em relação ao braço, então, a solução foi amarrar outras cordas em volta do braço, de forma não firme (frouxa), mas não solta, para passar as cordas por baixo das outras e dar a altura certa, como podem ver na foto abaixo. Também há 4 parafusos após este enrolado de cordas, que organizam as cordas de forma a ficar tocável, e, por fim, antes do primeiro traste há um tubo de canetinha com madeira por dentro para deixar a corda alguns poucos milímetros mais alto que os trastes:





3- TRASTES

Quanto aos trastes, do primeiro ao ultimo, há uma distância de 1 metro, a distância de cada traste é 10cm, logo, 10 trastes, dando, no total, 44 notas (40 notas dos trastes + 4 sem usa-los). Claro que muitas se repetem e há vários acidentes, mas, o que eu queria era um violão que fosse mais próximo dos conceitos de Pitágoras, então, o teorema de Pitágoras encaixa perfeitamente nessa divisão das casas. Há ainda a possibilidade de incluir mais trastes neste esquema, mas, até o momento, não me interessa muito.

4- PONTE

Quanto à ponte (onde a corda é passada de forma a ficar um pouco mais alta que o tampo) eu usei um tubo de alumínio 15mm vazado. A escolha se deu pelo simples fato de que o alumínio tem boa vibração como metal, o que poderia ajudar na transmissão da vibração das cordas ao tampo, algo que deu certo. Embaixo desta há uma pequena placa de fibra de vidro, está ali pois temi que o cavalete pudesse quebrar o tampo com o tempo, visto a tensão das cordas serem alta. Por fim, tanto as cordas quanto a ponte estão amarradas em 4 pregos ao fundo (há espaço para mais cordas, se repararem bem, a corda dó e mi estão mais distantes que sol e si, isto porque ´já fiz o instrumento com a vontade de incluir o ré agudo e lá grave).



5- CORDAS

Para as cordas, uma solução que creio ser interessante, barata e eficiente, além de durável, é as cordas de nylon de pesca. Numa pesquisa prévia, esse link me indicou que tem gente que usa cordas de pesca em violão, porém, a maioria não curte tal por causa do timbre. Como não busco timbre, mas, sim, eficiencia, fui à luta. porém, as ultimas são muito fortes e requer uma pressão que faz necessário o uso do tensor.
O IDEAL é que cada corda do instrumento tenha um diâmetro diferente, porém, não consegui comprar tantos diâmetros, então, deixo aqui escrito o que considero ideal e o que é o real:

CORDAS - IDEAL

A - 1.10
C - 1.00
E - 0.90
G - 0.80
B - 0.70
D - 0.60

CORDAS - REALIDADE

C - 0.80
E - 0.80
G - 0.80
B - 0.60

6 - E ISSO FAZ SOM, UAI?

Claro que faz, o vídeo abaixo é uma prova (ou tosco-prova), minha comparsa filmou eu testando todas as 44 notas presentes, um dia coloco mais cordas e toco algo decente. Uns colegas me disseram que o timbre lembra algo metálico, duro, outro disse que lembra um piano...sei lá se estão sendo sinceros, mas, ta ai a ideia:
 

Cata-corno google: Violão feito de gaveta, violão reciclado


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